Atualmente, o lixo produzido no meio rural é muito semelhante ao produzido no meio urbano, originando os mesmos problemas enfrentados nas cidades, com relação ao descarte e depósito desses resíduos. Entretanto, o lixo rural merece atenção especial, devido ao fato de conter resíduos tóxicos, provenientes do descarte de embalagens de agrotóxicos, fertilizantes e medicamentos veterinários. Contudo, no município de São Gabriel as propriedades rurais não são assistidas pela coleta municipal de lixo, ficando a cargo dos moradores o destino final do mesmo. Geralmente, os resíduos são queimados, atirados nos corpos d’água, jogados no campo entre a vegetação ou colocados em covas próximo às casas, originando micro-lixões. Esses depósitos, totalmente inadequados, geram sérios riscos à saúde dos moradores. O presente trabalho tem como objetivo principal desenvolver ações de educação ambiental que visem o correto gerenciamento do lixo produzido no meio rural, minimizando assim, os problemas acima citados. O trabalho é um projeto piloto com execução planejada de março a dezembro de 2009, portanto, encontra-se em andamento, sendo desenvolvido junto a 11 famílias residentes no distrito Azevedo Sodré, no município de São Gabriel/RS. Em um primeiro momento, realizou-se, através de um questionário, contendo perguntas abertas e fechadas, o diagnóstico sobre a composição, armazenamento e descarte do lixo produzido pelas famílias. Este foi aplicado em de abril de 2009, sendo também instrumento para conhecermos a percepção e o comprometimento dos moradores a respeito do assunto. Fizeram parte do diagnóstico questões relativas à faixa etária e nível de escolaridade, captação e tratamento da água para consumo, destino do esgoto e doenças que frequentemente acometem os moradores, entre outras questões. Os dados coletados demonstraram que, em relação aos resíduos sólidos gerados, 100% das propriedades geram vidros, plásticos, pilhas, baterias e lixo orgânico; 82% óleos e graxas; 73% papel; 64% calçados, corda e lã; 55% lâmpadas e embalagens metálicas; 45% tecidos e restos de madeiras e ferragem; 18% sobras de construção e embalagens de produtos agroindustriais. Sendo que na maioria das propriedades, 45%, o lixo é queimado, em 25% ele é jogado no terreno e em 20% é comum à prática de enterrar os resíduos. Com base nos dados coletados foram elaboradas ações de educação ambiental, compostas de palestras, confecção de material didático e oficinas de reciclagem, que serão aplicadas junto à comunidade. Posteriormente as famílias serão acompanhadas para que possíveis dúvidas sejam sanadas. Acredita-se que uma política de manejo de resíduos que não contemple as comunidades rurais, certamente, não cumpre sua função de manter o bem estar e a saúde pública. O trabalho é desenvolvido em parceria com a EMATER, as secretarias de Educação, Turismo e de Agricultura e Meio Ambiente, Sindicato do Empregados e Empregadores Rurais e com alunos do ensino médio da URCAMP-SG.
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